As Histórias aqui apresentadas,  são todas verdadeiras. São relatos de pessoas que quando crianças, aprenderam  coisas relevantes dos adultos. Tais vivências, segundo o testemunho dessas  pessoas, foi ponto decisivo na formação do seu caráter ou mesmo postura ética  diante da vida.
 Um castigo educativo
 
Como todos os meninos, eu era curioso e um  pouco destruidor. Um dia cometi a travessura de fazer uns buracos em uma das  portas de nossa casa, para ficar espiando o que ocorria na rua.Procurando dar-me um castigo educativo, meu pai  fez-me reparar o estrago que causara.
 - Vá buscar uns pedaços de madeira, e procure  cortá-las de modo a se ajustarem nos buracos; depois passe a lixa.
 Fiz o trabalho um pouco envergonhado, e, ao  terminá-lo, era pouca a vontade que tinha de olhar para a porta verde com  aqueles círculos brancos.
 Meu pai então me disse que eu devia pintá-los  da mesma cor da porta, e me deu dinheiro para comprar tinta.
 A que arranjei não era exatamente da mesma cor,  e por isso, por insistência do meu pai, pintei toda a porta.
 Desde esse momento, surgiu em mim uma espécie  de gosto para melhorar e reparar as coisas da nossa casa.
 Pintei seis portas e duas janelas, que não  ficaram mal, sentí-me orgulhoso de ser pintor, e minha atitude mudou em  consequência daquele castigo que terminou em forma agradável e boa.
 Carlos Salazar, México
 Foi quando, numa noite, meu pai entregou-me uma tabuazinha de pequena espessura e um canivete, e me pediu que, com este, riscasse uma linha a toda largura da tábua. Obedecí a suas instruções, e, em seguida, tábua e canivete foram trancados na escrivaninha de papai.
A mesma coisa foi repetida todas as noites seguintes; ao fim de uma semana eu não agüentava mais de curiosidade. A história continuava. Toda noite eu tinha que riscar com o canivete, uma vez, pelo sulco que se aprofundava.
Chegou afinal um dia em que não havia mais mais sulco. Meu último e leve esforço cortara a tábua em duas.
Papai olhou longamente para mim, e depois disse:
- Você nunca acreditaria que isto fosse possível, com tão pouco esforço, não é verdade? Pois o êxito ou fracasso de sua vida não depende tanto de quanta força você põe numa tentativa, mas da persistência no que faz.
Foi essa uma lição-de-coisas impossivel de esquecer, e que mesmo um garoto de dez anos podia aproveitar.
Relato de: N. Semonoff
Londres
Tenha a coragem de ser original
Por que você perde seu bom humor, fazendo essa confusão toda com seu cabelo? - perguntou meu pai, quando me encontrou chorando de raiva porque eu era muito menina, e não tinha a habilidade necessária para fazer o penteado em moda nos meus tempos de colégio.
- É a moda! - lamentei-me. - Só o meu nunca fica como os outros!
Olhando-me gravemente, meu pai ordenou: - Divida seu cabelo no meio, penteie-o para trás, e amarre-o como uma fita. Agora, use-o assim durante uma semana, e se metade das meninas de sua classe não copiarem você, eu lhe darei dez dólares.
Pensei comigo que ele era incrivelmente ingênuo. Dez dólares, porém eram uma fortuna a que não podia resistir, e o fiz.
Tivesse eu chegado à aula vestida com a camisola de dormir, minha agonia não teria sido maior. Mas quando a semana acabou, quase todas as meninas de minha classe estavam usando o cabelo separado simplesmente pelo meio, atado atrás com uma fita.
Meu pai disse, então: - Não seja vulgar! O mundo já tem bastante mediocridade. Nunca tenha medo de uma idéia própria, e, se ela for certa, siga para adiante com ela, sem se importar com o que faça todos os demais! E, embora ele tivesse ganho a aposta, deu-me uma nota de dez dólares.
Relato de: Sra. Brooks E. Cairns
Califórnia-EUA
Como vermos realizados os nosso desejos
Estava eu olhando o velho João, entretido em  varrer as folhas secas do jardim. A área era grande, e o velho caprichava em não  deixar nem uma folha no gramado.
 - João, disse eu sorrindo, que maravilha se  você pudesse, só a um desejo seu, ver todas estas folhas, de repente, empilhadas  num monte!
 - E posso mesmo, disse o velho  prontamente.
 - Se você pode, vamos ver! desafiei.
 - Folhas! Juntem-se todas! disse o velho, numa  voz de comando. E lá continuou limpando a relva até que as folhas ficaram juntas  num só monte.
 - Viu? Disse-me, sorrindo - É este o melhor  meio de vermos realizados os nossos desejos. Trabalhar, persistentemente, para  que aquilo que queremos seja feito.
 O incidente calou-me no espírito. Mais tarde,  ao estudar a biografia dos cientistas, dos reformadores e de todos aqueles cujas  obras nos parecem, por vezes, milagres deveras sobrehumanos, descobrí que  adotavam geralmente o sistema do velho jardineiro.
 Todas as suas realizações resultaram do fato de  que estes homens, desejando fortemente chegar a certo objetivo, - nunca cessaram  de lutar por alcançá-lo.
 Relato de: Horace Otis
 Ohio-EUA
 Nunca demos senão  o que tivermos de melhor
 Na manhã de Natal, quando eu descia as escadas  na ponta dos pés, para ver os presentes que Papai Noel trouxera, sabia de  antemão que me aguardava um dever a cumprir.
 Até onde consigo me lembrar, faziam-se escolher  um dos presentes que me pertenciam, e eu própria ia levá-lo a algum menino pobre  da vizinhança.
 Minha mãe me ensinara a por de lado, entre os  presentes, o que mais me agradasse. Não me deixavam dar brinquedos velhos, de  que eu já me cansara.
 No próprio dia de Natal, faziam-me abrir mão do  que eu mais desejasse para mim.
 Horas mais tarde, ao ver, nos braços de um  menino pobre, meu urso de pelúcia, eu já não podia senão compartilhar da alegria  que desta maneira lhe proporcionava.
 Não era outro o sentimento que minha mãe  tentara despertar em mim; nem me pudera dar melhor presente que o de ensinar-me  a conhecer o sofrimento alheio - percebendo, ao mesmo tempo, que a alegria de  partilhar os bens que nos couberem é maior que a ventura de  possuí-los.
 Relato de: Sra. Pearl L. Peterson
 Washington-EUA
Tristezas não  pagam dívidas
 Uma Senhora idosa vinha nesse momento pela rua e caminhou para a Criança.
- Bem, meu pequeno, disse ela, o pior que podia haver, aconteceu a você. Mas levante--se, que eu vou lhe mostrar uma coisa.
O pequenino ergueu-se.
- Agora ponha seu pé direito em cima do picolé, pise com força, e repare como ele se esguicha entre os dedos do seu pé.
O Menino pisou com força o picolé, e este espirrou entre os dedos do pé. A Senhora riu e disse:
- Aposto que não há nenhum outro menino na cidade que já tenha coçado os dedos do pé com sorvete. Corra agora para casa e conte a sua mãe como foi divertida a experiência. E, lembre-se, acrescentou ela, por pior que seja uma coisa que lhe aconteça, você pode se divertir quase sempre à custa dela!
Eu era esse garotinho. Nunca fiquei sabendo quem era aquela Senhora, mas nunca esqueci o que ela fez por mim. As piores coisas me tem acontecido desde então, e as palavras dela vêm-me sempre à memória. É mesmo bobagem levar muito a sério a esmagadora maioria das tristezas dessa vida.
Relato de: H. Swarth - Irlanda
Fonte: http://sitededicas.uol.com.br/





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